LONDRES, 13 Fev. 17 / 02:30 pm (ACI).- Quando a ultrassonografia se tornou popular na década de 1970 ficou conhecida como uma “janela do útero”. Atualmente, uma nova tecnologia oferece uma visão muito mais nítida dos bebês durante a gestação.
Por cortesia de um novo e milionário projeto em Londres, agora, alguns pais podem ver digitalizações claras de cada movimento e órgãos do seu bebê no útero a partir da 20ª semana, utilizando a tecnologia avançada de imagem de ressonância magnética (IRM).
“Não há nada mais emocionante do que ver o seu filho se mexendo dentro de você durante a gravidez e essas digitalizações IRM estão levando as imagens a um nível superior”, afirmou Cathy Ranson, editor de ChannelMum.com, um site que está distribuindo vídeos com esta nova tecnologia.
“Realmente são impressionantes”, assinalou Ranson.
Tradicionalmente, a ultrassonografia é utilizada durante a gravidez para verificar o crescimento dos bebês no útero, através da emissão de ondas sonoras de alta frequência.
Embora seja útil, a ultrassonografia costuma produzir um alcance limitado do útero e pode variar na qualidade, dependendo de vários fatores, tais como a idade, o peso e a posição.
Entretanto, uma equipe de médicos desafiou os limites da ultrassonografia para descobrir se havia uma maneira melhor de conseguir imagens deste tipo.
Os principais especialistas do Kings College de Londres, do Hospital St.Thomas, do Imperial College de Londres, da Universidade de Firenze, do Hospital for Sick Children de Toronto e do Philips Health receberam 10 milhões de libras (aproximadamente 12,5 milhões de dólares) do Instituto Wellcome Trust e do Conselho de pesquisa de Engenharia e Ciências Físicas (EPSRC) do Reino Unido para ver se eles poderiam melhorar as digitalizações pré-natais.
A equipe elaborou uma nova série de algoritmos e campos magnéticos para superar os limites da ultrassom. A nova tecnologia permite imagens claras e inteiras, com detalhes como uma válvula cardíaca de cristal claro de 20 semanas.
Um vídeo produzido por iFIND Project mostra o quanto as digitalizações são detalhadas: o bebê se mexendo, dando voltas e inclusive brincando com o cordão umbilical. Também foram registradas as reverberações dos movimentos do bebê, que podiam ser vistas dentro do útero da mãe.
Além de criar um ótimo escâner, a tecnologia IRM tem um mecanismo que corrige automaticamente qualquer pequeno movimento para produzir uma imagem geral suave.
O Dr. David Lloyd, membro da pesquisa clínica no King’s College de Londres, assinalou que as novas imagens de ressonância magnética “mostram as estruturas dentro do corpo, independentemente da existência de osso, músculo ou gordura”.
“Também é uma das poucas técnicas de imagens que é segura para ser usada durante a gravidez”, destacou a profissional.
Esta nova tecnologia é mais do que uma grande imagem que pais emocionados esperam ver. Os escâneres IRM também podem revelar complicações ou deficiências de crescimento antes da gravidez, o que permitiria um tratamento avançado antes mesmo do nascimento do bebê.
Isso já gerou alguns debates, especialmente no Reino Unido, onde o aborto é legal até a 24ª semana. Os escâneres IRM, que mostram como os bebês se mexem de maneira ativa na 20ª semana, faz com que o atual limite de aborto se torne ainda mais questionável.
Além disso, o iFIND Project quer tornar esta tecnologia disponível para todas as mulheres grávidas no mundo inteiro.
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